
Aposentadoria por doença mental: quais são, CIDs e quanto ganha?
Com o avanço no mundo da psiquiatria e novas descobertas sobre doença mental, várias pessoas se perguntam se existe a possibilidade de aposentadoria nestes casos específicos.
Muitos segurados me abordam sobre o assunto e, posso relatar que a procura por esses benefícios vêm aumentando, justamente pelas pessoas terem mais informações e acesso a diagnósticos e tratamentos.
Pensando nisso, selecionei as principais dúvidas que fui encontrando durante minha experiência no Direito Previdenciário para te ajudar a entender como o INSS funciona nestas situações.
Espero que eu consiga solucionar suas dúvidas. Acompanhe!
Se acaso você desejar assistência jurídica da nossa equipe nos envie uma mensagem no WhatsApp.
Quais os direitos previdenciários das pessoas com transtornos mentais?
Os direitos previdenciários das pessoas com transtornos mentais dependem do tipo da situação na qual o segurado se encontra.
Os principais são:
- Benefício por incapacidade temporária, o antigo auxílio-doença (para incapacidade temporária);
- Aposentadoria por incapacidade permanente, a antiga aposentadoria por invalidez (quando o caso não possui expectativas de melhoras);
- E, em alguns casos, o BPC (LOAS), que se enquadra em um benefício assistencial.
Portanto, existe a necessidade de um médico especialista avaliar a situação com clareza e objetividade, para a pessoa tentar o melhor benefício que se enquadre no momento pelo qual ela está passando.
O que é preciso para aposentar uma pessoa com problemas mentais?
Para aposentar uma pessoa com problemas mentais, a base é a perícia feita no próprio INSS. Durante a avaliação, o perito verifica qual é a verdadeira situação do segurado, fazendo perguntas e avaliando documentos médicos que comprovem a condição.
Portanto, além de comparecer na perícia, você deve organizar toda a documentação médica que possui, sejam exames, laudos médicos, atestados, exames e, se possível, criar um histórico médico bem completo.
O que apresentar na perícia do INSS?
Para ter uma experiência positiva, não se esqueça de organizar bem seus documentos. Eles precisam estar em boas condições e atualizados. Confira a lista completa:
- Documento de Identificação: RG e CPF;
- Comprovante de Residência: para confirmar seu endereço atual;
- Documentos de Contribuição: Carteiras de Trabalho ou outros documentos que comprovem o vínculo com o INSS;
- Laudos Médicos e Exames: inclua laudos médicos, atestados de diagnóstico, exames, receituários e laudos que comprovem a sua atual condição.
Quanto mais provas documentais você apresentar no momento da perícia, melhor! Responda às perguntas com sinceridade e detalhe quais são suas dificuldades e experiências no dia a dia.
Qual doença mental dá direito à aposentadoria?
Na verdade, a doença mental que dá direito à aposentadoria depende da comprovação da sua situação. Ou seja, quanto mais você comprovar que a doença mental está afetando sua rotina de forma contínua e te incapacitando, melhor.
O INSS é bem rigoroso na questão de documentos e é por isso que vale uma conversa honesta com seu médico especialista, para que o profissional possa elaborar laudos que realmente transparecem sua atual condição.
Entretanto, algumas doenças mentais podem levar à aposentadoria por invalidez (se for devidamente comprovada a incapacidade. Veja exemplos:
- Esquizofrenia;
- Transtorno Bipolar;
- Depressão Grave;
- E outras condições incapacitantes.
Lembre-se que não há uma “lista oficial” do INSS que assegura a aposentadoria por invalidez nestes casos. O principal foco é apresentar provas concretas da sua incapacidade de trabalhar, devido à doença mental.
O texto continua após o vídeo.
Qual o CID psiquiátrico que aposenta?
Diversos CIDs psiquiátricos podem aposentar, caso seja confirmada a incapacidade permanente do segurado, pelo INSS.
Como, por exemplo:
- Esquizofrenia: F20;
- Transtorno Bipolar: F31;
- Episódios Depressivos Graves: F32.
O importante é que o médico detalhe em laudo médico, o diagnóstico contendo o CID da doença, para que você possa apresentar na hora de solicitar a aposentadoria.
O que fazer caso não passe na perícia do INSS?
Quando você não passa na perícia do INSS, mesmo você possuindo atestado médico, você possui opções importantes.
O primeiro passo é entender o motivo do indeferimento. A carta da negativa, fica disponível no Meu INSS, ou seja, você não precisa ir presencialmente a uma agência. Assim, leia atentamente e verifique quais foram os motivos pelos quais o INSS disse não ao seu pedido.
Os principais motivos são:
- Incapacidade não comprovada;
- Não foi constatada incapacidade laborativa na perícia;
- Falta de qualidade de segurado ou carência insuficiente;
- Documentação incompleta.
Se você tiver dificuldades de identificar as causas da recusa do INSS, não hesite em procurar auxílio jurídico especializado. Um profissional pode analisar de forma completa e direta quais foram os motivos.
Caso você ainda esteja doente e tenha atestado médico, você pode recorrer administrativamente pelo INSS, através do Meu INSS.
O texto continua após o vídeo.
Quanto ganha um aposentado por doença mental?
Bom, para saber quanto ganha um aposentado por doença mental, uma análise importante precisa ser feita: o segurado começou a contribuir antes ou depois da Reforma da Previdência de 2019?
Anteriormente, o valor da aposentadoria por invalidez tinha o valor correspondente a 100% da média de seus 80% maiores salários de contribuição a partir de julho de 1994.
Assim, para calcular o valor do benefício, você precisava:
- Analisar todos os seus salários de contribuição a partir de julho de 1994;
- Excluir os 20% menores salários para não prejudicar o valor do benefício; e
- Fazer uma média dos 80% maiores.
- E pronto: o valor da aposentadoria seria esta média.
Era um dos benefícios do INSS com melhor valor.
Essa regra ainda é válida para todos os que cumpriram os requisitos da aposentadoria por invalidez antes da Reforma (13/11/2019), ao terem direito adquirido.
Após a Reforma da Previdência, a regra sofreu alterações consideráveis.
O valor da aposentadoria por invalidez deve ser correspondente a 60% da média de todos os salários de contribuição, com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder 20 anos para os homens ou 15 anos para as mulheres.
Dessa maneira, para calcular o valor do seu benefício, você precisa:
- Fazer uma média de todos os seus salários de contribuição a partir de julho de 1994;
- Calcular 60% dessa média; e
- Acrescer 2% para cada ano que exceder 20 anos de contribuição para homens e 15 anos para mulheres.
Ou seja, ocorreu uma diminuição do valor final da aposentadoria.
Conclusão
Agora que respondi as principais dúvidas sobre aposentadoria por doença mental, espero ter ajudado você a entender melhor quais são os requisitos e como conquistar o seu direito.
Afinal, cada caso é único e, se você está sofrendo por qualquer condição no momento e necessita de auxílio, o INSS pode ser uma fonte de reconhecimento por anos trabalhados e contribuídos.
O importante é não ficar parado, lutar pelos seus direitos e, se necessário, contar com o auxílio de um advogado da área da Previdência, que conhece os requisitos do INSS com clareza e pode ser uma forma mais tranquila e eficiente de solicitar o benefício.
Se acaso você desejar assistência jurídica da nossa equipe nos envie uma mensagem no WhatsApp.
Eduardo Koetz
Eduardo Koetz, advogado inscrito nas OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, sócio e fundador da Koetz Advocacia. Se formou em Direito na Universidade do Vale do Rio dos Sinos e realizou pós-graduação em Direi...
Saiba mais