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A imagem mostra uma mulher sênior, com uma das mãos no coração, sofrendo dores. Ilustra o texto sobre cardiopatia grave no INSS.

O que é considerado cardiopatia grave para o INSS e qual CID

Receber o diagnóstico de uma doença cardíaca pode trazer, além das preocupações com a saúde, dúvidas sobre os direitos oferecidos por lei.  Uma dessas dúvidas comuns é: o que é considerado cardiopatia grave para o INSS? 

Saber quais condições se enquadram nessa categoria e quais são os CIDs (Códigos da Classificação Internacional de Doenças), como I50, I42, I25, etc) relacionados é fundamental para quem busca benefícios como a aposentadoria por invalidez ou a isenção de carência

Neste texto, vou explicar de forma clara quais são essas cardiopatias, quais documentos são exigidos e como garantir seus direitos junto ao INSS.

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Quais doenças se enquadram como cardiopatia grave

As doenças que se enquadram como cardiopatia grave para fins de benefícios no INSS são aquelas que comprometem seriamente o funcionamento do coração e limitam, de forma permanente ou prolongada, a capacidade de trabalho ou de vida independente da pessoa

Mas lembre-se: o reconhecimento depende de laudo médico detalhado, para comprovar a situação.

Quais os benefícios de quem tem cardiopatia grave? 

Quem tem cardiopatia grave pode solicitar benefícios como aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e até isenção de carência e de imposto de renda

Ser diagnosticado com cardiopatia grave vai muito além dos desafios com a saúde: também pode abrir caminho para direitos importantes no INSS. Ou seja, você vai entender o que é cardiopatia grave no INSS.

Muitas pessoas desconhecem que, em casos de doenças cardíacas severas, é possível solicitar benefícios como aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e até isenção de carência e de imposto de renda. 

Saber quais são esses direitos e como acessá-los é essencial para garantir segurança financeira e dignidade no tratamento. 

Agora, você vai entender quais benefícios estão disponíveis para quem tem cardiopatia grave e o que é necessário para solicitá-los.

Aposentadoria por invalidez

A aposentadoria por invalidez, atualmente chamada de aposentadoria por incapacidade permanente, é um benefício pago pelo INSS a segurados que, por motivo de doença ou acidente, não têm mais condições de exercer nenhuma atividade laboral — e não podem ser reabilitados para outra profissão.

Quando a causa da incapacidade é uma cardiopatia grave, o segurado pode ter vantagens importantes na concessão do benefício:

  • Dispensa da carência: normalmente, são exigidos 12 meses de contribuições para ter direito à aposentadoria por invalidez. Mas no caso de cardiopatia grave, essa exigência é dispensada — ou seja, mesmo com menos de 12 contribuições, o segurado pode ter direito ao benefício, desde que a doença tenha surgido após a filiação ao INSS;
  • Exame pericial obrigatório: você precisa passar por uma perícia médica do INSS, que deve constatar: 
    • A existência de cardiopatia grave (com base em laudos, exames e histórico médico);
    • A incapacidade permanente para o trabalho.

A pessoa que recebe aposentadoria por invalidez por cardiopatia grave tem direito à isenção de IR, mesmo que continue recebendo o benefício após retornar à atividade (em casos excepcionais).

Aposentadoria por Invalidez acidentária

A aposentadoria por invalidez acidentária é um tipo específico de aposentadoria por incapacidade permanente, concedida quando a incapacidade total e permanente para o trabalho é causada por acidente de trabalho, doença ocupacional ou acidente de trajeto.

Quando a cardiopatia grave tem nexo com o trabalho — por exemplo, em decorrência de condições laborais extremas, exposição a substâncias tóxicas, estresse intenso e contínuo ou até um acidente que resulte em lesão cardíaca — o benefício passa a ser classificado como acidentário.

Para que o INSS reconheça a natureza acidentária da cardiopatia, é necessário:

  • CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), se aplicável;
  • Laudos médicos apontando o nexo entre a atividade e o surgimento ou agravamento da cardiopatia;
  • Documentação que comprove a relação entre o trabalho e a condição cardíaca;
  • Exames, relatórios e CID compatíveis com a gravidade da doença.

Não é exigido um número mínimo de contribuições. Basta que o acidente (ou a doença relacionada ao trabalho) tenha ocorrido enquanto o segurado estava filiado ao INSS.

Auxílio-doença 

O auxílio-doença, atualmente chamado de benefício por incapacidade temporária, é concedido pelo INSS ao segurado que está temporariamente incapacitado para o trabalho por motivo de doença ou acidente. 

No caso da cardiopatia grave, esse benefício pode ser concedido mesmo em situações emergenciais ou quando o segurado continua em tratamento.

Quem tem direito são os segurados do INSS que comprovem, por perícia médica, que estão temporariamente incapazes de trabalhar devido à cardiopatia. 

A incapacidade não precisa ser permanente (se fosse, o benefício seria aposentadoria por invalidez).

Em geral, o auxílio-doença exige 12 contribuições mensais. 

Mas essa carência é dispensada quando a incapacidade é causada por uma das doenças graves previstas em lei, como a cardiopatia grave.

O INSS concede o benefício por um prazo determinado, com base na expectativa de recuperação. 

Ao final desse período, é necessário fazer nova perícia para prorrogação, alta ou conversão para aposentadoria por invalidez, se for o caso.

Auxílio-doença acidentário

O auxílio-doença acidentário, ou benefício por incapacidade temporária acidentário (código B91), é concedido quando o trabalhador sofre uma incapacidade temporária para o trabalho decorrente de acidente de trabalho, acidente de trajeto ou doença ocupacional. 

Se a cardiopatia grave for causada, agravada ou diretamente relacionada ao ambiente de trabalho, o benefício deve ser classificado como acidentário, com vantagens importantes.

A cardiopatia grave pode ser reconhecida como doença ocupacional quando:

  • Está ligada ao estresse ocupacional intenso e prolongado;
  • Decorre de exposição a agentes nocivos (como produtos químicos cardiotóxicos);
  • Foi agravada por esforço físico excessivo ou condições insalubres;
  • Houve um acidente específico que comprometeu o funcionamento do coração (como trauma torácico).

O INSS pode tentar classificar o benefício como previdenciário (B31). Se a cardiopatia tiver relação com o trabalho, é importante insistir na classificação correta como acidentária, inclusive com suporte jurídico, se necessário.

BPC/LOAS?

O BPC/LOAS (Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social) é um benefício assistencial, pago pelo INSS, no valor de 1 salário-mínimo, destinado a pessoas com deficiência ou idosos com 65 anos, ou mais, que estejam em situação de vulnerabilidade social.

No caso de cardiopatia grave, é possível receber o BPC desde que a condição seja considerada uma deficiência que impeça a participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Requisitos para receber o BPC por cardiopatia grave:

  • Comprovar a deficiência:
  • A cardiopatia grave precisa causar limitações físicas, mentais, sensoriais ou sociais que afetem significativamente a vida da pessoa de forma duradoura (mínimo de 2 anos).; 
  • Essa análise é feita por perícia médica e avaliação social no INSS;
  • Baixa renda familiar: a renda por pessoa da família deve ser de no máximo 1/2 do salário-mínimo. Mas o  INSS pode considerar outros fatores (como despesas com medicamentos, alimentação especial, etc.), principalmente após decisão do STF que flexibilizou esse critério;
  • Não pode receber outro benefício: o BPC não é cumulativo com aposentadorias ou pensões. É permitido apenas 1 benefício de BPC por pessoa, e cada família pode ter mais de um beneficiário, desde que preencham os requisitos.

Importante: 

O BPC não é aposentadoria!ele é um benefício assistencial e não dá 13º salário, não gera pensão por morte, e não exige contribuições ao INSS. 

Além disso, pode ser suspenso em caso de melhora da condição ou mudança na renda familiar.

Isenção do Imposto de Renda

A isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas com doenças graves, como a cardiopatia grave, é um benefício que visa dar um alívio financeiro para quem sofre de doenças graves, reconhecendo a condição debilitante e os custos adicionais associados ao tratamento e à manutenção da saúde. 

A cardiopatia grave está entre as doenças previstas na legislação brasileira para isenção de IR, mas existem requisitos e condições específicas para a pessoa ter direito.

Pessoas com cardiopatia grave têm direito à isenção de IR sobre os rendimentos recebidos de aposentadoria, pensão ou reforma, desde que atendam a algumas condições:

  • Diagnóstico de cardiopatia grave: a doença deve ser considerada grave e estar comprovada por laudos médicos detalhados, como insuficiência cardíaca grave, miocardiopatias, doenças coronarianas severas, entre outras. O CID relacionado à cardiopatia grave (como I50, I42, I25, etc.) deve estar no laudo;
  • Aposentadoria ou pensão: a isenção é concedida apenas sobre os rendimentos recebidos de aposentadoria, pensão ou reforma. Ela não se aplica a outros tipos de rendimentos, como salários de atividades laborais normais ou rendimentos de aluguel;
  • Comprovação médica: o segurado deverá apresentar documentação médica atualizada que ateste a gravidade da doença, com laudos médicos e exames que comprovem que a cardiopatia é grave e incapacitante.
  • Isenção vitalícia: a isenção de IR é vitalícia para quem já recebe aposentadoria ou pensão por invalidez, desde que a doença seja a causa da invalidez.

A isenção de IR não se aplica a pessoas ativos no mercado de trabalho. A pessoa só terá direito à isenção de IR se já for aposentada ou receber pensão/benefício de invalidez devido à cardiopatia grave.

Qual cardiopatia dá direito a aposentadoria?

No Brasil, a aposentadoria por invalidez pode ser concedida a pessoas que sofram de cardiopatia grave, desde que a doença cause uma incapacidade permanente para o trabalho. 

Ou seja, é através de documentação e perícia no próprio INSS que a condição é comprovada. Mas você vai ver como comprovar a cardiopatia mais adiante. Acompanhe!

Qual é a CID da cardiopatia grave?

A Classificação Internacional de Doenças (CID) para cardiopatia grave pode variar dependendo do tipo específico de doença cardíaca. Aqui estão algumas das CIDs mais comuns associadas a diferentes tipos de cardiopatias graves:

CIDs Comuns para Cardiopatia Grave:

  • I50 – Insuficiência Cardíaca: Aa insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não consegue bombear sangue de maneira eficiente, resultando em falta de oxigênio para os órgãos vitais. Quando grave, pode causar incapacidade permanente; 
  • I42 – Miocardiopatia: refere-se a doenças do músculo cardíaco. Existem diferentes tipos, como:
  • I42.0 – Miocardiopatia dilatada: quando o coração se dilata e perde força;
  • I42.1 – Miocardiopatia hipertrófica: quando o músculo do coração se espessa, dificultando o bombeamento de sangue;
  • I42.9 – Miocardiopatia, não especificada;
  • I25 – Doença Arterial Coronária Crônica: relacionada ao estreitamento das artérias coronárias, que fornecem sangue ao coração. Pode levar a infartos e insuficiência cardíaca;
  • I44 – Bloqueio de Ramo (do coração): distúrbios de condução elétrica do coração, como bloqueio de ramo esquerdo ou direito, que pode interferir no funcionamento adequado do órgão; 
  • I46 – Parada Cardíaca: quando o coração para de funcionar, resultando em uma emergência médica e, dependendo da recuperação, pode deixar sequelas permanentes; 
  • I48 – Fibrilação Atrial: distúrbio do ritmo cardíaco, onde as câmaras superiores do coração (átrios) batem de forma irregular e rápida. Em casos graves, pode evoluir para insuficiência cardíaca; 
  • I30 – Pericardite Aguda: inflamação do pericárdio (membrana que envolve o coração), que pode causar dor e dificuldade para o funcionamento normal do coração; 
  • I09 – Doenças das Válvulas Cardíacas: defeitos nas válvulas cardíacas, como insuficiência mitral ou estenose aórtica, que podem comprometer a circulação sanguínea e levar à insuficiência cardíaca; 
  • I21 – Infarto Agudo do Miocárdio: o infarto é uma das causas de cardiopatia grave. O infarto agudo pode resultar em danos permanentes ao músculo cardíaco;
  • I26 – Embolia Pulmonar: obstrução das artérias pulmonares, frequentemente associada a uma condição cardiovascular grave, que pode levar a insuficiência cardíaca.

O CID (Código Internacional de Doenças) é fundamental para a classificação médica e o diagnóstico das doenças cardíacas e para ter o acesso a benefícios como aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença. 

No caso da cardiopatia grave, o CID é essencial para comprovar a gravidade da condição, especialmente ao solicitar benefícios do INSS.

Como pedir aposentadoria para quem tem cardiopatia grave?

Para solicitar a aposentadoria por cardiopatia grave, você pode fazer o pedido diretamente pelo site ou aplicativo do “Meu INSS” ou, se preferir, pela central de atendimento telefônico, no número 135.

A imagem mostra o menu inicial do Meu INSS, com destaque para "Benefícios por Incapacidade".

No site ou aplicativo, é só selecionar a opção “Benefício por Incapacidade” e seguir as instruções.

O texto continua após o vídeo.

Mas e se o atendimento do INSS for ineficiente, demorado ou se você não se sentir seguro para realizar o pedido pelo aplicativo?

Nesses casos, você pode contratar um advogado previdenciário especializado, que cuidará de todas as etapas do processo e acompanhará você de perto. 

Além disso, o advogado pode entrar com um mandado de segurança para exigir que o INSS acelere a análise do seu caso, caso seja necessário.

O profissional também pode ajudar na coleta e produção de provas, na elaboração de recursos e até mesmo em ações judiciais, garantindo que você tenha todo o suporte necessário para assegurar seus direitos.

Como comprovar cardiopatia grave? 

Para ter direito aos benefícios do INSS, você precisa comprovar a condição. Caso não exista documentos atestando a cardiopatia, o INSS deve negar o pedido. Veja como comprovar:

  • Laudo médico detalhado: o segurado deve apresentar laudos médicos atualizados, indicando que a cardiopatia é grave e leva à incapacidade permanente para o trabalho. O laudo deve descrever a evolução da doença, os exames realizados e os tratamentos realizados;
  • Perícia médica do INSS: o INSS realiza uma perícia médica para verificar a condição do segurado e confirmar a incapacidade para o trabalho. O médico perito pode solicitar exames complementares e avaliar a gravidade da cardiopatia;
  • Documentação: além do laudo médico, o segurado deve apresentar documentos como exames cardíacos (ecocardiograma, eletrocardiograma, ressonância magnética, entre outros) que comprovem o diagnóstico e a gravidade da condição;
  • Isenção de carência: para as doenças graves, como as cardiopatias que se enquadram nas condições para aposentadoria, a exigência de carência (12 meses de contribuição) pode ser dispensada, o que facilita o processo de solicitação.

Aposentadoria por invalidez é um benefício concedido quando a pessoa está totalmente incapaz de trabalhar, seja por doença ou acidente. A cardiopatia grave, portanto, pode levar ao reconhecimento dessa incapacidade.

Qual o valor da aposentadoria por invalidez?

Após a Reforma da Previdência, o cálculo do valor do benefício da aposentadoria por invalidez foi alterado. 

A partir de 13/11/2019, o cálculo do benefício é 60% da média de todas as contribuições a partir de 07/1994

Importante ressaltar que haverá um acréscimo de 2% da média por ano a mais de contribuição que ultrapasse os 15 anos para a mulher e os 20 anos para o homem. 

Portanto, o valor da aposentadoria por invalidez mudou com a Reforma da Previdência

Assim, antes da Reforma, o valor do benefício do aposentado por invalidez correspondia à média dos 80% maiores salários do segurado após 07/1994

Ou seja, o beneficiário recebia a integralidade do valor do benefício que possuia direito, caso se aposentasse de forma voluntária. 

Conclusão

Entender o que o INSS considera como cardiopatia grave é o primeiro passo para reivindicar seus direitos de forma segura e embasada. 

Além de conhecer os CIDs corretos, você precisa apresentar laudos médicos detalhados que comprovem a gravidade da condição e o impacto na sua capacidade de trabalho. 

Caso tenha dúvidas ou encontre dificuldades no processo, contar com o apoio de um profissional jurídico especializado pode fazer toda a diferença para conseguir ter acesso ao benefício devido.

Se acaso você desejar assistência jurídica da nossa equipe nos envie uma mensagem no WhatsApp.

 

Murilo Mella

Murilo Mella, advogado inscrito na OAB/SC 50.180, sócio e CEO da Koetz Advocacia. Se formou em direito na Universidade de Santa Cruz do Sul - RS e realizou pós-graduação em Direito Previdenciário pela Faculdade CESUSC. É especialista em Direito...

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